Sábios Desprezados
Discriminados. Desprezados. Abandonados. Estes fatos revelam a situação de muitos idosos no cenário atual. Considerados por muitos como geradores de despesas, o idoso sofre cotidianamente com a exclusão social e a discriminação. No Brasil, é notório perceber o desprezo com essas ricas fontes de conhecimento que sofrem com o incumprimento das leis que os amparam e o abandono de muitas famílias.
Em 2003 foi criado no Brasil o estatuto do idoso cujo objetivo era garantir uma melhor assistência aos anciões. Contudo, é cada vez maior o número de idosos isolados socialmente e desamparados pelo Estado. Dessa forma, percebemos que as normas criadas permaneceram apenas no papel e não foram postas em prática, prova disso, é o oferecimento de serviços essenciais de má qualidade como o da saúde.
Além disso, associadas a um pensamento de que idosos só geram gastos e estresses, muitas famílias agem com egoísmo e desamor ao abandonarem aqueles um dia os fundaram o núcleo familiar. Diante disso, a presença em asilos cresce constantemente, consequência do repúdio de patriarcas e matriarcas os quais foram forçados a viver em uma instituição que em alguns casos não os oferecem tratamentos dignos e respeitáveis.
Fica evidente, portanto, a real desvalorização daqueles que portam nossa memória. Para reverter tal quadro, é obrigação dos poderes públicos a criação de políticas assistencialistas de qualidade somada ao apoio e o acompanhamento das famílias promovendo atividades sociais e culturais que busquem a inserção, o bem-estar do idoso e a interação entre gerações.