Como já dizia o poeta Vinicius de Moraes “as muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Essa ideia da necessidade de ser belo sempre foi motivo de discussão e questionamento na sociedade, sendo o conceito de beleza alterado no curso da história. Diante disso, para alcançar o inalcançável padrão de beleza atual, muitas pessoas massacram o seu corpo, expondo-se a danos físicos e psicológicos.
A imposição de um estereótipo de beleza por parte, principalmente, da mídia, através de imagens de corpos musculosos e sem gorduras, leva diversos adolescentes, cada vez mais cedo, as academias, a prática de dietas radicais e a quadros de vigorexia, bulimia ou anorexia. É o que demonstra pesquisas do Hospital das Clínicas de São Paulo, com jovens entre 11 e 18 anos dos quais 47% já fizeram algum tipo de dieta alimentar e 5% uso de medicamentos ou indução de vômito na tentativa de perder peso.
Além disso, também há os que almejam um corpo “perfeito”, através de cirurgias plásticas. Sendo crescente o número de mulheres que se arriscam em nome da beleza nesses procedimentos, com profissionais mal qualificados que ferem o juramento de Hipócrates da proteção a vida. Tendo maior destaque a aplicação de substâncias preenchedoras, como o hidrogel e o silicone líquido, os quais o uso é proibidos pela Anvisa.
Estamos, assim, diante do culto ao corpo, já não importa mais quem somos, mas sim, como somos, e, o mais importante, como nos mostramos, tendo o narcisismo encontrado a sua mais acabada forma. Vemos pessoas inconformadas com seus corpos em busca de um mero corpo fabricado e que esteja dentro dos padrões vigentes ou pré-estabelecidos.
Portanto, a adequação aos padrões de beleza levam diversas pessoas a sacrificarem sua saúde e seu bem-estar, para adequar-se a esses. Diante disso, cabe ao governo fiscalizar e punir médicos que realizam clandestinamente cirurgias plásticas; e cabe as escolas e aos pais, diagnosticar crises de autoestima dos adolescentes e, se necessário, um acompanhamento psicológico. Assim, ao invés de beleza, teremos aceitação própria como sendo fundamental.